Devagar, para bem chegar

Sempre usei roupa que já tinha sido usada por outras pessoas. Quando não existiam lojas de roupa a cada esquina, nem centros comerciais, a roupa era um bem essencial caro. Roupa nova era sinónimo de Natal, aniversário ou férias de Verão. Ou seja, duas ou três vezes por ano. O resto da roupa que usava, salvo algumas prendas, era "herdado" de primos e irmãos mais velhos ou trazido pelas tias que trabalhavam em casas de pessoas com algumas posses, e que, generosamente, ofereciam muita roupa que já não usavam, em excelentes condições.  Foi assim durante muito tempo. Hoje em dia por vezes ainda me oferecem roupa, e continuo a não ter problema nenhum em usá-la, mesmo que já tenha pertencido a outra pessoa. Talvez seja por isso que quando compro roupa, tento adquirir peças intemporais, que podem ser usadas em várias ocasiões e feitas com materiais que geralmente duram muito tempo. Voltando à questão da roupa usada, na minha estadia em Londres tive a oportunidade de po...

O percurso no estilo de vida Zero Waste, ou Desperdício Zero, começa com um simples passo: analisar o nosso caixote do lixo. Ao olhar para o meu, reciclagem inclusive, foi bastante fácil identificar a origem de grande parte do meu lixo.  Todos nós necessitamos de nos alimentar, e é normal que o nosso lixo seja maioritariamente composto pelas embalagens dos nossos alimentos. Podemos, facilmente pegar nestas embalagens e separá-las nos ecopontos verde, azul e amarelo. Contudo, e algo que a maioria de nós desconhece, é que a maioria dos plásticos, material de que é feito uma grande parte das embalagens dos alimentos, não é reciclável. Ou seja, mesmo que coloquemos as embalagens plásticas no ecoponto, só uma parte delas será reciclada (mesmo assim, devemos continuar a colocar todas as embalagens plásticas no ecoponto).  O que podemos fazer em  relação a isto, se queremos produzir menos lixo? As compras a granel, exactamente como eram feitas no tempo dos nossos avôs e...

O título deste post deveria ser efectivamente: A Mulher que está a mudar o Mundo, e o que estás à espera para fazeres o mesmo? Janeiro de 2017. Há precisamente um ano, deambulava pela internet com o intuito de saber notícias do meu país. Deparei-me com um artigo no Jornal Público sobre uma mulher chamada Bea Johnson. Americana, nascida em França, sempre viveu rodeada de imensos bens, que porventura lhe retiravam imenso tempo e energia. A sua consciência ambiental era quase nula, limitando-se a reciclar algumas embalagens lá por casa. Bea Johnson eventualmente mudou de casa e apercebeu-se que conseguia viver sem muitos dos bens que possuía. Para além disso, começou a reparar na enorme quantidade de lixo que a sua família de quatro elementos produzia diariamente. Depois de muitas pesquisas, e preocupada com o futuro da Terra que iria deixar para os seus filhos, Bea inicia uma cruzada na luta contra o lixo e o desperdício, dando significado, quase extremo à expressão Zero Waste, ...